Todo mundo sabe que as crianças adoram colocar qualquer coisa na boca – pedacinhos de bijuterias, o nariz dos ursinhos de pelúcia, tampas de caneta, presilhas de cabelo e diversos outros objetos que a princípio, são extremamente atraentes para elas, mas que podem ser também muito perigosos, como explicaram a pediatra Ana Escobar e o clínico geral Carlos Pompílio no programa Bem Estar, da Rede Globo.
Depois que a criança engole, o objeto pode tomar caminhos diferentes dentro do corpo – ele pode parar na garganta, já prejudicando a respiração; pode ainda pegar o caminho das vias respiratórias, chegando ao pulmão, onde há risco de uma obstrução importante e até de uma pneumonia, por causa das bactérias; e por último, pode também chegar às vias digestivas, com o risco de perfuração do esôfago, estômago e intestino.
Seja qual for o caminho, em caso de engasgo, a principal dica é nunca colocar o dedo na garganta da criança para tentar retirar o objeto – como alertou a pediatra Ana Escobar, o corpo estranho pode causar uma pequena obstrução e o dedo pode empurrá-lo ainda mais, levando a uma obstrução maior, que pode causar uma parada respiratória.
Por isso, nesse caso, a melhor coisa a se fazer é levar a criança imediatamente ao hospital. É importante também que os pais reparem no ambiente de casa para avaliar se há sinais que indicam o que pode ter ocorrido, como uma caneta sem tampa ou um ursinho de pelúcia sem o olho, por exemplo. É possível ainda realizar uma manobra para desengasgar, colocando o bebê no colo e batendo forte nas costas até expelir o corpo estranho, como explicaram os médicos.
Outro risco dentro de casa é a intoxicação, principalmente por produtos de limpeza. Nesse caso, é fundamental também levar a criança ao hospital com o produto ingerido, e nunca dar água, leite ou fazê-la vomitar – se ela ingeriu soda cáustica ou alvejante, por exemplo, o líquido desce queimando a mucosa do esôfago e, se ocorre o vômito, esse líquido volta e pode queimar de novo até sair. Como prevenção, a dica é deixar a casa segura, colocando esses e outros produtos, como remédios, longe do alcance dos pequenos.
Fonte: Bem Estar/Globo